Como você, leitor, provavelmente sabe, este blog é escrito por um pseudo-analista torcedor — mais para o segundo do que para o primeiro. E por isso, durante a Copa das Confederações, este blogueiro voltou à sua terra natal, para acompanhar in loco os jogos da competição de Seleções, na casa do Cruzeiro Esporte Clube, assim muito bem definida por um dos voluntários que organizavam o embarque dos ônibus especiais.
Assim, por estar longe do computador onde são escritas estas análises e são feitos os diagramas de posicionamento, não pude analisar a partida contra o Internacional e nem soltar notinhas sobre os jogos amistosos na terra do Tio Sam. Mas pude assistir aos jogos, é claro, e pude notar uma pequena mudança na característica do Cruzeiro ao longo deste período, motivada pela contratação de Souza, volante de chegada que este blog tanto pediu.
Na Arena do Jacaré
No jogo contra o Inter, um erro de cobertura — Bruno Rodrigo saiu à caça do atacante que saiu da área e deixou seu setor livre — deixou o Cruzeiro em desvantagem e meio perdido. O time demorou a se recuperar, sendo atacado pelos lados, uma vulnerabilidade quando se tem dois laterais muito ofensivos no 4-2-3-1, como Mayke e Egídio. Mas em boa tabela de Everton Ribeiro e Anselmo Ramon, o Cruzeiro empatou com Élber, se infiltrando no meio dos zagueiros e se contundindo no lance, tendo que ser substituído. O garoto já havia entrado na vaga de Dagoberto, e assim duas substituições foram queimadas.
A entrada de Luan em seu lugar, porém, melhorou muito o time no segundo tempo, chegando com muito mais perigo e finalizando mais, até virar em pênalti infantil cometido por Rafael Moura, jogando vôlei na área. Mas nova falha de posicionamento — desta vez na entrada da área em sobra de escanteio — Gabriel acertou um bom chute e empatou. Foi um bom jogo taticamente, mas com estes pequenos erros que, contra um time grande como o Internacional, são fatais.
Na Disney
Já nos EUA, com a contratação de Souza oficializada, Marcelo Oliveira experimentou o jogador na vaga de Leandro Guerreiro. O 4-2-3-1 foi mantido, mas com Nilton mais plantado, e com isso o Cruzeiro ganhou uma presença ofensiva a mais no meio-campo. O volante participou bastante da construção das jogadas em ambos os jogos. Sua característica de avançar, tentar um passe mais ousado, dar a opção mais à frente para a inversão de lado da jogada era uma das coisas que o Cruzeiro precisava.
Em outro aspecto, a lesão de Ceará logo no início do jogo contra o Strikers fez com que o garoto Mayke fosse promovido à titularidade. Ele tem qualidade, mas Ceará é mais experiente e compõe melhor a defesa — que é, relembrando, a atribuição principal de um lateral: defender. Com Souza e Mayke (e Egídio do outro lado), o Cruzeiro passou a contar com muitos jogadores que se lançam à frente, causando um certo desequilíbrio entre defesa e ataque. Mayke e Egídio terão que aprender a recompor com muita rapidez para não deixarem os zagueiros expostos em um contra-ataque rápido, como aconteceu no jogo seguinte:
No Canindé
Portuguesa e Cruzeiro fizeram um jogo ruim. O técnico Edson Pimenta mandou um 4-2-3-1 maleável a campo, com liberdade para Souza, o meia central (aquele mesmo que jogou ano passado por aqui). A linha defensiva de Lauro tinha Luís Ricardo pela direita, Ivan pela esquerda e Lima e Valdomiro na zaga central. Corrêa e Ferdinando protegiam a área e davam suporte a Souza, flanqueado por Matheus pela esquerda e Cañete pela direita, procurando o atacante Diogo à frente.
Marcelo Oliveira mandou a campo o esperado 4-2-3-1 que o leitor deste espaço está acostumado, porém com Mayke na vaga de Ceará, Luan na de Dagoberto e Vinicius Araújo na de Borges, assim: Fábio; Mayke, Dedé, Bruno Rodrigo e Egídio; Nilton e Souza; Everton Ribeiro, Diego Souza e Luan; Vinicius Araújo.
Mas, diferente do que era esperado, o Cruzeiro não pressionou a Portuguesa no campo adversário. Deixou o time da casa com a bola, “confiando” na falta de criatividade dos paulistas. E talvez tivesse dado certo se o gol da Portuguesa não saísse logo aos 6 minutos, em bola parada ocasionada por um erro de saída de bola de Egídio, numa tentativa de engatar um contra-ataque rápido, adiantando demais a bola e cometendo a falta. Como é de praxe, o gol muda o jogo, e com a vantagem a Portuguesa se retraiu para tentar fazer mais gols em contra-ataque.
E o melhor setor para a Portuguesa era o de Egídio. tem muito vigor pra atacar, mas por vezes peca pelo excesso, errando um passe ou avançando em demasia, deixando espaços às suas costas. Nilton, que teoricamente poderia fazer esta cobertura, não o fez com frequência e várias vezes víamos Bruno Rodrigo encarando no um contra um um atacante do time da casa. Souza percebeu bem este espaço, e saía do centro para se posicionar ali, esperando as bolas longas para poder armar.
O gol de empate também veio em bola parada, em cobrança de escanteio de Souza na cabeça de Bruno Rodrigo. No replay, é possível ver Nilton puxando dois marcadores consigo, em direção à bola, apenas para abrir espaço para Bruno Rodrigo chegar de trás e golpear forte. Depois disso, o Cruzeiro voltou a comandar as ações e chegava com mais propriedade, mas pecava principalmente nas finalizações, com Luan, Egídio e Vinicius Araújo.
A primeira mudança veio após uma hora de futebol, promovida por Marcelo Oliveira. Diego Souza deu lugar a Lucca, que ao invés de ir jogar pelo lado, foi ser o meia central na recomposição, alternando com Everton Ribeiro na posse de bola. Com a alteração, Everton Ribeiro teve uma liberdade maior para circular na armação e seu futebol cresceu, conseguindo encaixar alguns bons passes para Anselmo Ramon, que havia substituído Vinicius Araújo aos 22. Anselmo teve duas oportunidades para virar, mas na primeira cabeceou em cima de Lauro, e na segunda, já com Tinga no lugar de Souza, fazendo um 4-1-4-1, Anselmo completou no travessão com o gol vazio, após bela jogada de Mayke pela direita e conclusão de Tinga.
O jogo terminou com o Cruzeiro finalizando 20 vezes, contra 6 da Portuguesa. Ficou a sensação de que, tivesse o Cruzeiro apertado um pouquinho mais a marcação no início do jogo, ou dado um pouco mais de gás, poderia ter virado a partida até com tranquilidade. A Portuguesa fez o seu jogo, marcou no erro celeste e se defendeu tentando partir nos contra-ataques, ciente de suas limitações e de sua inferioridade técnica, mesmo em casa.
Mas o maior problema é como Marcelo Oliveira vai fazer para segurar o ímpeto ofensivo de seus laterais. Ou sacrifica um dos volantes, segurando-o na defesa bem fundo — a la Luis Gustavo na Copa das Confederações para dar liberdade a Dani Alves e Marcelo, laterais muito ofensivos — ou então segura um dos laterais mais na defesa. Mayke me parece sair melhor na marcação, mas o estilo de Ceará era uma boa contra-balança ao estilo de Egídio. Uma das soluções seria tirar Nilton e lançar Leandro Guerreiro, mas aí a torcida esgana o treinador.
Por fim, é preciso ter em mente que o Cruzeiro jogou com uma formação muito modificada — 4 jogadores diferentes daquele time base do primeiro semestre. Isso faz o trabalho de entrosamento recuar alguns passos. Se o time ainda não estava 100%, com os novos jogadores ainda deve demorar mais um pouco.
O bom é que o jogo contra o Atlético Goianiense pela Copa do Brasil já é na terça, e no Mineirão. De acordo com as últimas notícias, o time deve ser mantido.
Ótimo, pois quanto mais jogos e mais tempo juntos, tanto melhor.
Prezado,
Boa análise.
Uma coisa que me deixou assustado foi o fato de o M. Oliveira não ter corrigido a cobertura sobre o Egídio. O Mayke é mais firme na marcação com boa presença no ataque. Eu acho que o M. Oliveira deveria seguir o que o Celso Roth fazia, deixando um lateral quase que fixo (ou mesmo um terceiro zagueiro) liberando o Egídio para o ataque com o Nilton cobrindo a esquerda num esquema com uma linha defensiva de 4 e 2 volantes.Uma outra alternativa seria utilizar um 3-5-2, com o Paulão como terceiro zagueiro, os dois alas e apenas um volante.
Agora, como você comentou, com a saída do D. Souza, o futebol do E. Ribeiro melhorou. Você enxerga alguma solução para utilização dos dois juntos com melhor rendimento?
Outra questão, você não acha que o M. Oliveira possui um repertório tático um pouco modesto? A meu ver ele insiste muito no 4-2-3-1. Com as peças que tem, outros esquemas poderiam se mostrar mais efetivos.
Oi João Paulo, obrigado. Exatamente pela presença mais ofensiva de Mayke é que a cobertura ficou um pouco desequilibrada, pois o Ceará é bem menos ofensivo e compõe melhor a linha de zaga. Também, a presença de Leandro Guerreiro, por mais contestada que seja pela torcida, fazia isso bem, tanto entrando no meio dos zagueiros como fazendo a cobertura pelo lado. Não gosto do 3-5-2, porque ele deixa muitos espaços atrás dos alas, que acabam empurrados para trás quando enfrentam um esquema com dois atacantes abertos (como o 4-2-3-1), transformando o time praticamente num 5-3-2.
Sobre o Everton Ribeiro, talvez uma saída seja o que o MO fez ontem contra o Atlético/GO: deixa o E. Ribeiro perambular, da direita para o centro, e empurra o Diego Souza pra junto do Vinicius Araújo. Isso abre o corredor pro Mayke apoiar e explora melhor as características dos dois meias. Outra opção seria inverter os dois: põe o Diego na direita e deixa o Everton por dentro, mas nesse caso Diego ia cair muito de produção.
Não acho que seja um repertório tático modesto, mas sim uma preferência do MO. Houve um jogo aí pra trás que ele mudou para um losango no meio campo, e em outro ele começou num 4-2-3-1 mas mudou para um 4-1-4-1 no meio. Eu também tenho uma certa preguiça de 4-2-3-1, porque quase ninguém joga diferente no Brasil. Queria ver um 4-3-3 clássico (4-1-2-3) no Cruzeiro, com Souza, ER e Diego no meio, mais Élber na direita, Dagoberto e o centro avante na frente. Quem sabe mais na frente?
Grande Christiano,
leitor assíduo que me tornei do seu blog, fiquei até preocupado com o “sumiço”, achei que você tinha desistido. Ainda bem que está de volta.
Quanto ao comentário do João Paulo e sua resposta, acho que, infelizmente, Diego Souza e Everton Ribeiro não podem jogar juntos. São ambos bons jogadores, mas rendem mais na mesma função/faixa do campo e até hoje não conseguiram se entrosar. Também acho que o 4-3-3 seria uma formação mais interessante, mas só o Souza de volante e com os nosso laterais com pouca vocação defensiva, é muito risco, não acha? pra mim, o ideal seria jogarmos com dois volantes de qualidade e bom passe (pra mim, Souza e Tinga), um meia (aí, é ver quem rende mais, Diego ou Everton Ribeiro, com este último largando na frente, por ser um pouco mais armador, o que seria mais necessário nesse caso), o Vinícius Araújo e dois atacantes pelas pontas, com Dagoberto, Martinuccio, Élber e Goulart disputando as duas vagas. Viajei? Excepcionalmente, acho que tanto Élber quanto Martinuccio podem fazer a função do “camisa 10”.
No mais, concordo que o Marcelo não tem repertório tático tão limitado, mas, com a qualidade e as características dos nossos jogadores, acho que ele devia “desapegar” um pouco do esquema favorito dele e adaptar o esquema ao perfil dos jogadores. Técnico bom não vence com um só esquema, ele tem que se adaptar ao material humano que tem para trabalhar. Diego, Everton Ribeiro e Luan, claramente, não são jogadores para o 4-2-3-1 da moda, que, aliás, no Cruzeiro, já era desequilibrado com o Dagoberto, que puxava o jogo para a esquerda, enquanto o Everton Ribeiro entrava em diagonal para o mesmo lado (acho que é por isso que o Ceará não atacava tanto, porque não tinha com quem jogar).
Enfim, bem vindo de volta, continue nos brindando com suas pertinentes análises. Será que o Marcelo Oliveira lê seu blog? Com a contratação e a titularidade imediata do Souza, comecei a achar que sim.
Pessoal,
Não sei se estou enganado, mas notei que, contra o Atlético-GO, o Diego Souza jogou um pouco mais próximo do ataque, deixando mais espaço para Éverton Ribeiro, embolando menos com ele.
O Souza se encaixou bem no time, pois tem bom passe e uma recomposição razoável. Um jogador que eu gostaria de ver mais no time é o Uélinton, ele tem qualidade de passe, mereceria mais chances. Com a recuperação do Henrique, ganharemos muito neste setor.
Gostei também da partida do Mayke e do Egídio, este ultimo tem crescido muito nos últimos jogos, assim como a movimentação e entrega do Vinícius.
Um ponto negativo que notei no ultimo jogo foi que, apesar da marcação pressão, quando o time retomava a bola ficava um pouco ansioso para se livrar dela, errando muitos passes, rifando a bola. Prova disso é que as chances de gol nascidas de jogadas trabalhadas, apesar do placar, não foram tantas.
Outro ponto é que a defesa ainda está um pouco desorganizada, a recomposição dos volantes é lenta e o time não se compacta rapidamente quando está sendo atacado. Acho que, quando enfrentarmos times mais bem organizados, sofreremos um pouco com este fator.
Concordo que tanto o Martinuccio quanto o Éber se encaixariam como uma luva neste time!
Vamos torcer para um bom jogo e que os três pontos venham contra o Náutico!
Com Diego Souza muito próximo do centroavante, o espaço entre as linhas do Cruzeiro fica enorme. Contra o Atl.-GO, várias vezes os volantes ficaram sem opção de jogada, com Nilton e Souza trocando bola na intermediária defensiva e os 4 da frente (muitas vezes em linha, às vezes acompanhados de um dos laterais, mais espetado, como se fossem 5 atacantes) esperando o lançamento na intermediária de ataque. Assim, com o meio de campo vazio, o Cruzeiro “rifava” a bola, por isso teve menos posse que o Atl.-GO.
Não ajuda também o fato dos zagueiros não saberem sair jogando (numa das poucas tentativas, B. Rodrigo errou e foi expulso). Não adianta ter um volante de bom passe se a bola passa pouco por ele e se ele não tem opções para quem passar.
Sobre a defesa, não gosto da maneira como ela se posiciona em linha, sem sobra. Fica fácil enfiar uma bola entre os defensores. Bruno Rodrigo tem características parecidas com as de Dedé, ser forte no jogo aéreo e no combate com o corpo, porém se posiciona mal. Mais rápido, Paulão poderia ser melhor opção, jogando na sobra enquanto Dedé “sai à caça” do atacante.
Na frente, Marcelo Oliveira não pode se prender aos conceitos imaginados no início do ano, mas que não vem dando certo. Diego Souza não é armador, não se sente à vontade jogando centralizado e já deixou isso claro ao dizer que está ainda se “adaptando”.
Éverton Ribeiro não tem arranque, explosão ou força física para driblar na linha lateral, seja na diagonal ou em direção à linha de fundo. Com o raio de ação limitado, sua marcação fica mias fácil. Toda vez que ele dá um drible, rapidamente o defensor se recupera e ER acaba cavando uma falta. Nosso camisa 17 é até ingênuo no duelo contra os marcadores, pois nunca usa o braço ou o corpo para porteger a bola, à exemplo do que faz Dagoberto.
Porém, ele tem uma ótima visão de jogo, distribui bem a bola e sabe dar assistencias. Jogando centralizado e mais próximo dos volantes, ele mlehoraria a transição ofensiva, sairia da marcação e veria o jogo sempre de frente, visualizando quem está desmarcado para receber uma assistência.
Diego Souza renderia melhor na ponta-esquerda, como jogava no Vasco. Ali, ele pode receber a bola para arrancar, driblar na diagonal para finalizar ou ainda proteger a bola para a passagem de Egídio. Tudo dependeria também do rendimento de Dagoberto (melhor jogador do time) no lado direito. Com Dagoberto lesionado, esse teste poderia ser feito, com Lucca ocupando a faixa destra.
Há ainda a opção de Diego Souza ser escalado de centroavante, movimentando-se mais que Borges/V.Araújo/A.Ramon. No 2º tempo contra o Inter, Marcelo Oliveira pensou nisso, porém a expulsão de Ricardo Goulart impediu qualquer observação.
E ainda tem Martinuccio, mais um que joga na ponta-esquerda, esse de característica mais típica da posição às antigas, driblador, que busca a linha de fundo. E que cabe nesse time.
Marcelo Oliveira tem um repertório tático variado, mas a opção que ele prefere não parece estar dando certo. De qualquer modo, ainda que ele mude peçãs e esquemas, o time ainda carece de mais compactação na defesa e movimentação no setor ofensivo. Contra Portuguesa e Atl.-GO, o Cruzeiro perdeu a chance de armar vários contra-ataques simplesmente por falta de opção a quem passar, até que o jogador que conduzia a bola tentava o drible e perdia a jogada, ou recuava na defesa.
OBS: Luan é centroavante (forte, alto, brigador, finaliza bem, e meio grosso) , não pode jogar na ponta. O time fica travado qndo sai o veloz e ágil Dagoberto para a entrada dele.
Marcelo, João Paulo e Bruno, primeiro agradeço por fazer deste post o recordista de comentários do blog até agora. Muito obrigado mesmo! Até pouco tempo atrás eu achava que falava para leitores fantasmas… hehehe
Bom, Marcelo, DS e ER jogam na mesma faixa mas são jogadores completamente diferentes. O Everton é mais veloz e tem mais visão de jogo, o Diego é mais força e tem mais habilidade com a bola nos pés. Por isso quis ver um 4-1-2-3, mas como você disse, de fato é arriscado sim, ainda mais com laterais com vocação ofensiva como temos. A questão é o estilo de jogo. Ter mais a bola nos pés e cadenciar (estilo Espanha, Barcelona).
A sua formação é interessante, mas com Souza e Tinga temo que seria um meio-campo com pouca pegada. Por isso o LG não saía do time (e é capaz de voltar se a marcação no meio continuar frouxa). Martinuccio é mais ponteiro esquerdo, Élber é mais direito e o Goulart é mais pra ficar centralizado (como no clássico inaugural do Mineirão), pois tem boa visão de jogo e bom passe.
Seria uma honra se nosso treinador lesse o blog!
João Paulo e Bruno, sobre o Atlético/GO, escreverei hoje, então passo minhas impressões no próximo post.
Bruno,
boa observação sobre o Luan. Se ele melhorar a arrancada e a finalização, ele pode ser um centro avante que encaixaria no 4-2-3-1, com certa velocidade e jogo de corpo.
Gostei da formação proposta por você, uma outra que poderia também dar certo é um 4-2-2-2, com o Everton Riberio centralizado, o Lucca ou o Goulart como segundo meia pela direita e o Diego Souza na esquerda e o Vinícius centralizado, isso sem contar com as opções do Martinuccio e do Dagol quando estiverem aptos.
Quanto aos zagueiros, você não acha que o Dedé tem uma saída de bola razoável? Eu acho que, quando ele estiver mais entrosado no time, será uma constante vê-lo fazendo este papel de saída de bola.
Cristiano, quanto ao blog, conheci agora, mas me agradou. Os veículos tradicionais de imprensa esportiva não chegam a fazer a análise no nível que a maior parte dos torcedores gostaria, os que fazem, estão muito voltados para o eixo Rio-SP.
Não sei se falarei uma heresia, mas um treinador que eu queria ver no Cruzeiro, com as peças que dispomos no momento, é o Adilson “Professor Pardal” Batista, o que acham?
Se é para bater recordes, vamos lá, porque o blog merece e eu tenho feito minha parte para divulgá-lo. Afinal, não dá para ficar ouvindo os comentaristas da grande imprensa fazerem os comentários “de orelha” deles, sem qualquer conhecimento técnico ou estudo sobre futebol (como é diferente ver um jogo da Copa do Brasil comentado pelo PVC, como foi na terça).
Enfim, quanto às análises, acho que o Bruno e eu estamos de acordo, Everton Ribeiro tem que jogar centralizado. O que eu realmente não tinha pensado é que, de repente, é o Goulart, e não o Diego, seu substituto natural (embora com características diferentes) e o Diego deveria estar disputando posição com o Dagoberto ou, como opção, jogando de centroavante (com mais movimentação e saindo mais de trás que o Borges, por exemplo). O problema é que, com a pressão para escalar os dois (Diego e Dagol) em razão dos nomes que têm, mais a insistência do Marcelo no 4-2-3-1 impede a experiência e, a meu ver, mina o potencial tanto do Everton quanto do Diego (o Dagol, inteiro, tem cadeira cativa).
De resto, concordo com o espaço entre os volantes e os homens de frente, mas até acho que nossos zagueiros sabem sair jogando, mas, aí, é questão de entrosamento, ainda demora um pouco. A minha dupla de zaga ideal é Dedé e Leo (ou Victorino, se este algum dia voltar ao futebol que já teve).
Christiano, não acho que o time com Tinga, Souza e Everton Ribeiro no meio tenha pouca pegada. A questão é escolher três atacantes que marquem bem para começar a pressão alta (o Everton Ribeiro é um bom marcador, considerando sua posição e tipo físico). Mas o Leandro Guerreiro no lugar do Tinga também seria uma boa (até porque permitiria mais ao Dedé dar as suas avançadas).
Enfim, continuemos com o bom debate, talvez no post do jogo contra o Atlético-GO, em que o placar elástico mascarou muitos erros.
O meu Cruzeiro ideal (supondo todo o elenco em condições físicas), com algumas opções dependendo do jogo é no 4-3-3 com Fábio, Ceará, Dedé, Leo e Egídio, Tinga (L. Guerreiro), Souza e Everton Ribeiro (Ricardo Goulart), Dagoberto (Diego Souza), Élber e Vinícius Araújo (Borges). E o de vocês?
João Paulo,
De acordo quanto à crítica aos veículos tradicionais de imprensa e aos elogios ao blog, que acompanho há algum tempo, desde que um texto foi publicado na coluna olho tático, da ESPN.com.
Também concordo com a boa saída de bola do Dedé. Acho que nossa zaga e cabeça de área está insegura para tocar a bola por falta de entrosamento e, como disse o Bruno, pela distância da linha ofensiva (o Everton Ribeiro no meio e dois atacantes pelas pontas que voltassem, como Dagoberto e Élber ou Goulart dariam mais opções de passe).
Discordo da sugestão do Adilson Batista. Em relação a ele, prefiro (muito) o Marcelo e acho que ele merece a chance e a paciência de desenvolver seu trabalho (até porque acho que esse time é para o ano que vem). Gostaria de ter visto o Sampaoli ou um técnico argentino com esse grupo.
Abraços.
Cristiano,
Parabéns pela análise. O Marcelo Albuquerque citou a análise do PVC a cerca do jogo, realmente muito lúcida, assim como a sua.
A conclusão que chego, meio que óbvia, é ainda somos um time em formação. O M. Oliveira ainda não deu um padrão tático ao time, principalmente no que tange a maneira do time jogar sem a bola. O problema das laterais seria resolvido se a recomposição do meio campo e da defesa fosse mais rápida, cada um marcando um setor e/ou adversário sempre tendo em mente o fechamento das diagonais e da linha do passe. Tática semelhante a que o Corinthians utilizava no ano passado.
O grande risco que corremos, e já observado por alguns técnicos adversários, é o da lateral esquerda se tornar o mapa da mina para atacar o Cruzeiro. Esse aspecto deve ser corrigido rapidamente, pois, se enfrentarmos adversários de um grau técnico um pouco melhor, iremos enfrentar sérias dificuldades.
No mais, gostei da movimentação do Vinícius e da postura do Egídio. Nossas laterais são armas ofensivas importantes, o caminho é encontrar um equilíbrio para continuar com os dois laterais (o Mayke tem se mostrado apto a vestir a camisa de titular) sofrendo menos nos contra ataques.
Outro ponto, que também ficou claro no jogo, e já salientado no blog, é que tanto a cobertura do B. Rodrigo quanto do Dedé é lenta e falha, deixando o time ainda mais exposto.
No mais, mesmo com o passo para trás, acho que o time dá sinais de crescimento.
E a saída do Diego Souza, o que acharam?