Flamengo 1 x 1 Cruzeiro – Pontos perdidos

Martinuccio foi titular, mas como segundo atacante ao invés de ponteiro no 4-3-1-2 losango, que também teve pouca ofensividade dos laterais e William Magrão sem saber a quem marcar

Os goleiros Felipe e Fábio garantiram os pontos de suas equipes no confronto do Engenhão. Liédson — com uma mãozinha de Vágner Love — e Éverton fizeram os únicos gols de suas equipes.

A entrada de Martinuccio como titular não mudou o sistema do Cruzeiro, pois o argentino entrou como segundo atacante ao invés de ponteiro esquerdo. O 4-3-1-2 de Celso Roth teve Ceará de volta à direita e William Magrão e Marcelo Oliveira como vértices laterais do losango de meio. Borges foi sacado para a entrada de Martinuccio, com Anselmo Ramon sendo a referência. A ideia era fazer o famoso jogo de primeira e segunda bola: lançamento longo para o centroavante disputar e a sobra ficar com um dos companheiros, ou então para ele fazer o pivô e esperar a chegada dos companheiros.

O Flamengo veio no mesmo esquema, mas com dois centro-avantes de área: Vágner Love e Liédson. Dorival Júnior escalou Léo Moura, eterno camisa 2, na meia-esquerda do losango de meio, com Íbson do outro lado e Cléber Santana na ligação.

A diferença de estilo das duplas de frente resultava em companhia a Wellington Silva quando este avançava (Martinuccio o acompanhava) mas Ramon subia sem ser incomodado, às vezes fazendo dois contra um com Léo Moura em cima de Ceará. No gol de Liédson, Léo Moura recebe a bola pela direita e carrega para dentro do campo, trazendo a marcação consigo e abrindo uma avenida para Ramon cruzar na mão de Vágner Love — literalmente.

Outro aspecto a se destacar — e que vem se repetindo de uns tempos pra cá, já notado por este blogueiro antes neste espaço — é a plataforma defensiva que Celso Roth tem que armar para libera Montillo de atribuições de marcação. Com isso, os volantes laterais do losango têm mais que marcar do que apoiar, meio que divorciando o time. Por isso a escolha por Anselmo Ramon, já que a ligação direta no contra-ataque parecia ser uma boa opção.

A briga no meio-campo foi equilibrada, pois o Cruzeiro marcava bem e o Flamengo pouco inspirado ofensivamente, sem verticalidade. Resultado: time da casa com maior posse de bola, mas com o Cruzeiro com mais finalizações. Até o gol, o Flamengo foi amassando o Cruzeiro pelos lados. Depois disso, no entanto, o Cruzeiro arriscou um pouco mais e conseguiu a igualdade, com Éverton sem nenhuma marcação dentro da área flamenguista. Uma falha quase inacreditável do sistema defensivo dos cariocas. O Cruzeiro ainda teria chances de ampliar, mas Anselmo Ramon e Montillo pararam em Felipe.

Após as alterações, o 4-3-1-2 losango quase teve cara de 4-2-3-1 diagonal, mas Marcelo Oliveira ficava mais por dentro do campo que pela ala

No segundo tempo, Adryan, que havia entrado na vaga de Léo Moura no último lance do primeiro tempo, foi jogar ao lado de Cléber Santana para tentar dar mais criatividade ao time, repaginando o Flamengo num 4-2-2-2. A tentativa de Dorival Júnior funcionou e o O Flamengo pressionou intensamente no início da etapa final. Celso Roth agiu rápido, mas não com uma mudança reativa e sim propositiva, tentando reequilibrar a briga no meio-campo: Charles na vaga do perdido William Magrão. O jogo voltou a ficar mais equilibrado e o Flamengo perdeu ímpeto, mas o jogo estava franco e aberto — mais por falhas defensivas do que méritos ofensivos de ambas as equipes.

Essas foram basicamente as únicas mudanças táticas da partida. As outras foram diretas: no Flamengo, Airton por Luiz Antônio no pé do losango e Ibson por Wellington Bruno na ligação (com Cléber Santana recuando); no Cruzeiro, Éverton por Diego Renan e Martinuccio por Élber (que foi jogar na direita). E é nessa última (no texto, porque na verdade foi a segunda) que faltou ambição: o correto seria deixar Martinuccio em campo e entrar com Élber, tirando Marcelo Oliveira. O Cruzeiro teria amplitude e sufocaria o “abafa” do Flamengo.

Mas a cautela falou mais alto e o empate prevaleceu. Empate que zerou todas as estatísticas de chances em 2012, para qualquer lado: nosso destino este ano é o meio da tabela. A impressão que ficou é que, se o Cruzeiro fizesse um pouco mais de força, teria vencido o Flamengo sem maiores problemas.

Como um alento, vale destacar que atuação do time foi até razoável, mesmo levando em conta os erros defensivos. William Magrão ainda não merece voltar a ser titular, Diego Árias já. Isso se o sistema for mantido — o que provavelmente deve acontecer até o fim do campeonato — pois eu preferiria mesmo é abrir Montillo para o lado do campo e entrar com Tinga ou Souza pelo centro.

Mas já estou ficando repetitivo, não é?

Cruzeiro 2 x 0 Portuguesa – O pior cego é o que não quer enxergar

Mesmo correndo riscos desnecessários e errando demais, o Cruzeiro encerrou a incômoda série de sete partidas sem triunfar, com gols de Montillo, de pênalti, e Souza no fim. Taticamente, um jogo melhor para o Cruzeiro no primeiro tempo, que foi respeitado demais pela Portuguesa. No segundo, os visitantes adiantaram a marcação e expuseram um problema crônico do time.

No primeiro tempo, os volantes do 4-3-1-2 losango de Celso Roth tiveram muito espaço para pensar e controlar o meio-campo, municiando o trio da frente

Apesar de estar no mesmo 4-3-1-2 com losango de meio, Celso Roth mudou uma das peças. Tirou Diego Árias e lançou William Magrão. Ceará não reuniu condições, e com isso o Cruzeiro foi a campo com Diego Renan na direita, Everton na esquerda e Thiago Carvalho e Mateus, substituindo o suspenso Léo, defendendo o gol de Fábio. Leandro Guerreiro protegia a área, Marcelo Oliveira foi o “tornante” pela esquerda e Magrão o direito. Montillo fechava o losango com Borges e Anselmo novamente centralizados à frente.

A Portuguesa de Geninho veio com quatro volantes no meio, mas Moisés ficava mais à frente e Léo Silva tinha liberdade, também num 4-3-1-2 losango. Zé Antônio pela direita e Marcelo Cordeiro pela esquerda fechavam a defesa de Dida, com Gustavo e Valdomiro no miolo de zaga. Ferdinando ficou mais preso, Boquita tinha mais funções defensivas que ofensivas e Léo Silva tinha mais liberdade, liberando Moisés. No ataque, o perigoso Bruno Mineiro e Ananias.

Espaço para os volantes

A Portuguesa claramente veio tentar segurar o ataque cruzeirense. Os volantes recuavam em bloco, deixando apenas Moisés e a dupla de atacantes à frente, e estes três não faziam pressão sobre a bola quando o Cruzeiro tinha a posse. O resultado é que Guerreiro, Marcelo Oliveira e William Magrão tinham muito tempo para pensar o que fazer com a bola quando a recebiam, sem ser incomodados. Assim, o Cruzeiro controlou o primeiro tempo e a Portuguesa quase não teve chances. Digo quase porque o time visitante teve chances, principalmente em erros técnicos do Cruzeiro: uma num erro de tempo de bola aérea de Mateus e outra num erro de linha de impedimento de Diego Renan.

Além disso, a bola chegava mais facilmente à frente, principalmente com Anselmo Ramon fazendo muito bem o papel de segurar a bola, dando muito trabalho para os zagueiros Valdomiro e Gustavo, que depois foi substituído por Lima por contusão. Montillo também apareceu muito bem, arriscando chutes de fora da área — coisa que não me lembro ter visto ele fazer com frequência — e dando trabalho para o ex-cruzeirense Dida. O gol de pênalti do argentino foi um prêmio pela proposta mais positiva de futebol que o Cruzeiro teve no primeiro tempo.

Marcação adiantada

No segundo tempo, Geninho viu que havia um buraco entre seu meio-campo e seu ataque e mandou seus volantes avançarem, exatamente para tirar os espaços dos volantes do Cruzeiro. Já Celso Roth, naturalmente, achou que seu time estava bem postado e seguiu com a mesma tática e mesmos jogadores. Mas Roth não contava com a audácia da Portuguesa, e um dos problemas mais graves do Cruzeiro atual ficou novamente exposto: a transição ofensiva com qualidade. Como já dito neste espaço, Montillo não é um meia clássico, estilo Alex, que recua até sua intermediária para pegar a bola e penasr o jogo. Montillo é intenso, veloz, driblador, não é criativo. Portanto, escalá-lo como ligação entre o meio e o ataque — principalmente sendo um ataque com dois camisas 9, por assim dizer — faz com que os volantes sejam a principal saída de bola pelo chão. Quando pressionados, a transição é falha, e por isso chutões são frequentes.

O resultado é que a Portuguesa quase sempre ganhava a segunda bola, que á jogada logo após uma disputa aérea originada de um chutão. Foram 15 minutos de blitz na área cruzeirense que por pouco não cedeu o empate — por sorte, Marcelo Cordeiro estava impedido antes de achar Bruno Mineiro livre dentro da área.

Celso Roth, por fim, agiu. Em sua segunda mexida — já havia trocado Thiago Carvalho por Rafael Donato, por lesão — colocou Souza na vaga de William Magrão, para diminuir o ritmo do jogo e dar mais opções de saída, mantendo o 4-3-1-2 losango. Deu certo, a pressão da Portuguesa arrefeceu, mas o Cruzeiro não retomou as rédeas da partida, que agora estava equilibrada e, portanto, perigosa. O gol de empate seria fatal.

Martinuccio

Com Martinuccio, o Cruzeiro se postou num 4-2-3-1, com o trio de meias provomento movimentação confundindo a marcação adversária e Anselmo Ramon fazendo bem o papel de pivô

Somente na última mexida é que o Cruzeiro passou a controlar o jogo. Ao contrário da partida contra o Grêmio, Roth criou coragem e fez uma mexida ofensiva, buscando ampliar o placar e matar o jogo. A entrada de Martinuccio no lugar de Borges reconfigurou o Cruzeiro num 4-2-3-1 muito amplo e móvel, que surpreendia a todo momento a zaga da Portuguesa. Oficialmente, Souza abria pela direita, Montillo ficava por dentro e Martinuccio dava opção pela esquerda, mas os meias trocavam de posição constantemente, e com Anselmo Ramon na referência, fazendo bem o pivô e buscando um dos três para o segundo passe, o Cruzeiro passou a criar bastante.

Mas a mexida também abriu o meio-campo cruzeirense, que agora só tinha dois volantes. Geninho tentou aproveitar a situação e lançou Diguinho no lugar de Zé Antônio, volante que estava jogando na lateral direita. Ferdinando foi para lá para perseguir Martinuccio, e Diguinho foi para o meio tentar aproveitar este espaço. Entretanto, Martinuccio continuava levando perigo pela esquerda, e Geninho gastou seu último cartucho para se defender disto: Rogério, zagueiro, foi jogar na direita, com Ferdinando voltando ao meio-campo.

Não deu muito certo. A Portuguesa acabou perdendo poder de fogo e só teve mais chances porque o Cruzeiro recuou demais para defender seu resultado e sair nos contra-ataques. E foi num desses que saiu o segundo gol: lançamento longo para Anselmo Ramon, disputa pela bola e sobra de Montillo. Martinuccio abre pela esquerda e recebe o passe de seu compatriota, avança sem marcação e cruza para Souza pegar de primeira e fazer as pazes com a vitória.

É hora de repensar

Não enxergar que a entrada de Martinuccio no time melhorou muito o poderio ofensivo cruzeirense é brigar com a realidade. Claro, é preciso testar mais este esquema, principalmente contra times melhores tecnicamente, e até mesmo contra ferrolhos suíços que eventualmente venham a ser armados contra o Cruzeiro. Mas é inegável que, com Martinuccio, o Cruzeiro ganhou velocidade, amplitude e profundidade. Anselmo Ramon também surpreendeu, fazendo uma boa partida como centro-avante pivô. Apesar de não prover um poder de finalização tão grande quanto Borges, Anselmo compensa isso servindo o trio de meias, que finalizam melhor. Assim, o trio Souza/Montillo/Martinuccio é, atualmente, a melhor opção para reduzir a incômoda estatística de sermos o time que menos finaliza na competição.

Mas nem tudo são flores. Apesar de conseguir mais um placar em branco, a defesa ainda apresentou alguns defeitos, principalmente Mateus, que tem sido muito inconstante ultimamente. Porém, é ele quem vai jogar a próxima partida ao lado de Léo, já que Thiago Carvalho e Rafael Donato estão suspensos, e Victorino está na seleção uruguaia.

De acordo com as últimas notícias, Martinuccio deve ser titular, mas Souza não. William Magrão é o provável titular e será o responsável por fechar o lado direito à frente de Ceará, que deve voltar à lateral direita. A presença de seu compatriota vai ajudar Montillo, já que a defesa do Flamengo terá mais gente com quem se preocupar.

Ainda não é a escalação que considero ideal, mas pelo menos ela está a apenas uma substituição de distância.

Grêmio 2 x 1 Cruzeiro – Estreito

O título deste artigo teria sido “o medo de perder tira a vontade de ganhar”, pois sintetiza bem as escolhas táticas de Celso Roth, nesta que foi a última partida do Cruzeiro no Olímpico. Seria, se o blogueiro PC Almeida não tivesse usado o mesmo título em sua crônica pós-jogo — o que indica o quanto foi óbvia a falta de coragem. Portanto, resolvi mudar o título para que refletisse o aspecto tático principal da partida.

Escalação inicial repetida pela primeira vez, mas desta feita o 4-3-1-2 losango foi muito “padrão”, estreitando demais a equipe com o conservadorismo dos laterais

Celso Roth finalmente conseguiu repetir a escalação inicial do último jogo, o que, ironicamente, neste caso não era o ideal. Fábio viu Léo e Thiago Carvalho formarem a defesa, auxiliados por Ceará à direita e Everton à esquerda. Leandro Guerreiro novamente posicionado na base do losango de meio-campo, com Diego Árias e Marcelo Oliveira como carrilleros (como são chamados os lados do losango na Argentina) segurando a barra defensiva para Montillo, que novamente caía pelos lados e tinha poucas atribuições defensivas. Na frente, Borges e Anselmo Ramon permaneciam como duas referências na frente.

Luxemburgo, o suposto autor da frase citada, armou o Grêmio como esperado no 4-4-2 britânico que variava para um quadrado (4-2-2-2) no meio com a posse da bola. A linha defensiva de Marcelo Grohe era composta, da direita para a esquerda, pelo lateral Pará, os zagueiros Werley e Naldo (ele mesmo) e pelo lateral Anderson Pico. Outra linha de quatro à frente, com os meias centrais Souza e Marco Antônio flanqueados por Elano à direita e Zé Roberto pela esquerda. Os dois centralizavam para pensar o jogo quando o Grêmio tinha a bola. À frente, Kléber se movimentava mais e André Lima ficava mais encaixotado entre os zagueiros celestes.

Times estreitos

Ambos os times tinham dois atacantes de fato, impondo a necessidade de prender um lateral com os zagueiros para garantir a sobra. Assim, os laterais só subiam na boa e alternadamente, para não prejudicar a marcação e deixar os zagueiros no mano-a-mano. A consequência direta era que haviam duas avenidas pelos lados do campo, com as equipes estreitas demais, sem amplitude. De certa forma, isso acabou favorecendo o Cruzeiro, fazendo com que o jogo passasse sempre pelo meio, facilitando a marcação.

O mesmo valia para o Grêmio, porém, e assim o Cruzeiro só foi concluir pela primeira vez aos 13, quando os gaúchos já haviam testado Fábio algumas vezes. Mas como o futebol é o futebol, foi o Cruzeiro quem marcou, na sua segunda finalização. Anselmo Ramon, bem aberto pela esquerda, conseguiu se livrar da marcação mais na raça e no corpo do que na habilidade, e mandou uma bomba dali mesmo. Marcelo Grohe foi atrapalhado pelas tentativas sem sucesso de desvio de Montillo e Borges, e a bola entrou.

O placar vantajoso fez o Cruzeiro ficar ainda mais conservador em campo, aceitando e repelindo as tentativas do Grêmio de empate. Postura típica de um time sem confiança, quando o correto seria tentar ampliar. No fim das contas, quem salvou mesmo a vitória parcial foi Fábio, com duas defesas espetaculares, à queima-roupa. Era um prenúncio do que seria a etapa final.

Vontade de ganhar

Estava claro que, com todo o espaço pelos flancos, quem explorasse estes setores primeiro iria se dar bem. Satisfeito com a retranca que armou, Celso Roth não fez substituições. Já Luxemburgo enxergou o problema e tirou Zé Roberto, poupado, lançando Leandro, que foi jogar aberto pela esquerda do ataque. Além disso, Luxemburgo deu sinal verde a seus laterais, que passaram a apoiar com muito mais ímpeto. Para evitar ser pego nos contragolpes, o treinador gremista ainda pediu a seus meias centrais que pressionassem a segunda bola — o rebote da zaga — para recuperar a bola o mais rápido possível ou para que os volantes do Cruzeiro não tivessem tempo para pensar, “rifando” o passe.

O plano foi executado com perfeição e o Cruzeiro sofreu uma pressão terrível. Os laterais ficavam no 2 contra 1 constantemente, já que Kléber saía da área e ajudava Pará do lado direito, enquanto Leandro e Anderson Pico sobrepujavam a marcação de Ceará. O Cruzeiro era atacado por todos os lados e repelia o que podia, mas sem dar sequência a suas posses, e assim foi até sofrer o gol de empate, em lançamento recebido por Marcelo Moreno, que havia entrado no lugar do estático André Lima, numa linha de impedimento mal feita da zaga cruzeirense.

Medo de perder

Este bizarro 4-4-2 era o time que sofreu a virada e deveria tentar o novo empate, com dois zagueiros nas laterais, dois laterais como ponteiros e um ponteiro (Montillo) como segundo atacante

O contra-remédio era simples. Bastava tirar um dos atacantes, lançando um ponteiro veloz (como Élber ou Martinuccio, por exemplo) e abrir um dos volantes pelo outro lado. O novo 4-2-3-1 daria amplitude de ataque e seguraria os laterais gremistas em seu campo, diminuindo a pressão. Entretanto, Celso Roth preferiu tentar manter o empate do que correr atrás da possível vitória, e lançou Souza e Mateus nos lugares de Diego Árias e Borges. A princípio, pensei se tratar de um 3-4-1-2 que avançaria Diego Renan e Everton ao meio-campo, o que  de fato o que aconteceu, mas em outro sistema. Leandro Guerreiro afundou entre os zagueiros, Léo foi para a lateral direita e Mateus foi parar na esquerda. Diego Renan e Éverton flanqueavam Marcelo Oliveira e Souza, com Montillo de segundo atacante e Anselmo Ramon na frente. Sim, era um 4-4-2 inglês, mas marcando em linha baixa, ultra-recuado, armado para contra-atacar usando Anselmo de pivô e a velocidade de Montillo.

O plano furou na primeira jogada. Marcelo Moreno ganhou na raça de seu marcador e deu um passe fraquinho para Leandro — desta vez na direita, invertido com Kléber. A bola passou devagar à frente de Mateus, mas o zagueiro-lateral-esquerdo errou o bote e proporcionou uma jogada em velocidade por aquele lado, resultando num cruzamento que Fábio desviou mas que Marquinhos completou no rebote, totalmente sem marcação.

Virada consolidada, o Grêmio tirou o pé, e só aí o Cruzeiro foi à frente. Mesmo com um sistema desfavorável, já que Mateus tentava dar uma de lateral ofensivo pela esquerda, algumas chances até apareceram, mas as finalizações e os últimos passes novamente deixaram a desejar, e o Cruzeiro completou sete partidas longe do triunfo.

Criatividade e filosofia

Este blogueiro não está no dia-a-dia da Toca II para tirar qualquer conclusão mais profunda, portanto falo baseado no que vejo nos jogos. E a impressão que tenho é que, infelizmente, Celso Roth não é um técnico inventivo — não no sentido de improvisar, mas no sentido de saber ler o jogo, ler o adversário e fazer uma substituição mais cirúrgica, sem recorrer a fórmulas prontas. Além disso, é um treinador que tem uma filosofia de futebol que não é compatível com a linhagem histórica da camisa celeste. O futebol vistoso e ofensivo é o tipo de jogo que a torcida está acostumada a ver. A posição do rival influencia na pressão, mas acredito que a irritação do torcedor vai muito além disso, pois tenho certeza que, estivesse o Cruzeiro jogando o futebol que lhe é historicamente característico, mesmo sem resultados a torcida estaria um pouco mais calma, pois teria alguma perspectiva de melhora.

Na entrevista coletiva, Roth botou a culpa na arbitragem, o que, sinceramente, foi o menor dos problemas da partida — tanto é que nenhum jogador fez coro com o o treinador. Mas o corajoso repórter Samuel Venâncio perguntou se a responsabilidade também não seria dele, visto que ele trocou um atacante por um zagueiro — que foi exatamente quem errou no segundo gol — quando o jogo ainda estava empatado. Roth respondeu que todos têm responsabilidade, mas não disse em nenhum momento a palavra “eu”. Coisa que um grande treinador faria sem problemas.

Sou sempre a favor da manutenção, pois trabalhos longos é que geram resultados. Mas a filosofia do clube é que tem que ser seguida, e não a do treinador. Portanto, que venham logo os 45 pontos para que possamos trocar já e pensar em um 2013 melhor.

Cruzeiro 0 x 0 Internacional – Pé na forma

Finalizações sem qualidade resultaram em um placar em branco numa batalha tática padrão, ontem em Varginha.

No primeiro tempo, Éverton mais solto que Ceará e Marcelo Oliveira e Diego Árias indo e voltando como manda o figurino do 4-3-1-2 losango, mas com dois centroavantes muito estáticos

Se as voltas de Everton à lateral esquerda e de Leandro Guerreiro à base do losango do 4-3-1-2 já eram esperadas, Celso Roth surpreendeu nas outras posições: mandou Léo de volta à zaga ao lado de Thiago Carvalho e voltou com Ceará para a lateral direita; escalou Diego Árias — sim, ele mesmo — do lado direito do losango (o outro lado teve Marcelo Oliveira) e lançou Anselmo Ramon ao lado de Borges no ataque, municiados, obviamente, por Montillo no topo do meio-campo.

O Internacional veio no mesmo 4-3-1-2 losango, encaixando a marcação: Muriel teve Nei à direita e Fabrício à esquerda, com Rodrigo Moledo e Índio como dupla de zaga. No meio, Ygor foi o volante mais preso, e Guiñazu pela esquerda e Élton pela direita davam suporte ao jovem Fred, posicionado na ligação para os astros Damião e Forlán.

Sistemas iguais, estilos diferentes

Ambos os times tinham quatro defensores, com um lateral mais preso (Ceará e Fabrício) para fazer a sobra contra os dois atacantes adversários, e o outro (Everton e Nei) com mais liberdade para avançar para o ataque. No meio-campo, os “lados” do losango se pegavam: Guiãazu x Diego Árias e Marcelo Oliveira x Élton. Os cruzeirenses levaram vantagem sobre os gaúchos e se juntavam ao ataque com mais frequência, com Diego Árias fazendo bons cruzamentos e Marcelo Oliveira se entendendo bem com Everton pela esquerda.

A diferença estava no estilo dos outros jogadores. Montillo caía mais pelos lados — jogando com uma característica que Michael Cox, do excelente site Zonal Marking, cunhou como ponteiro central — enquanto Fred permanecia centralizado e dominado pela marcação de Leandro Guerreiro. No ataque, Anselmo Ramon e Borges ficavam mais parados pelo meio, enquanto no Internacional Forlán e Damião tentavam sair da marcação cerrada da defesa celeste. Apenas Damião conseguiu, em finalizações de longe e até em uma jogada típica de meia criativo, driblando dois jogadores. Ele parou em Fábio na maioria das vezes.

O cruzamento que originou o pênalti veio numa combinação de Árias e Ceará como homem surpresa pela direita. Pênalti duvidoso, que Borges converteu sem valer devido à invasão dupla. A bola por cima na segunda cobrança não abalou o Cruzeiro, que continou melhor durante todo o primeiro tempo mas não conseguiu finalizar com mais perigo.

Segundo tempo

 

Fernandão tinha que fazer alguma coisa, qualquer coisa, pois a tendência era que o Cruzeiro ganhasse o meio-campo novamente se nada fosse feito. Ele lançou o jovem meia Lucas Lima no lugar de Élton, desfazendo o losango e montando um quadrado, ou 4-2-2-2. Ele foi jogar de meia-direita, prendendo Marcelo Oliveira e liberando Ygor para ser a sombra de Montillo sem ter que se preocupar com as investidas do volante cruzeirense. Diego Árias e Guiñazu continuavam travando um duelo particular como volantes soltos.

O Internacional dominou a posse de bola por uns 10 minutos, quando Celso Roth resolveu novamente igualar as coisas, com Souza no lugar de Árias. O efeito foi exatamente o mesmo: Guiñazu teve que ficar mais preso para se preocupar com Souza e o meio-campo do Cruzeiro voltou a ter o controle do setor, principalmente com Marcelo Oliveira e o suporte de Everton pela esquerda. Mas faltava abrir o time, que tinha pouca amplitude no ataque.

Martinuccio e o sonhado 4-2-3-1

O melhor momento do Cruzeiro nas últimas partidas: o 4-2-3-1 com Martinuccio, Montillo e Souza se movimentando e confundindo a marcação gaúcha

Após substituições por contusão ou cansaço (Ceará por Diego Renan na lateral direita do Cruzeiro, e Índio por Jackson na zaga do Internacional), Celso Roth promoveu a estreia de Martinuccio, meia canhoto que jogou pela direita no Peñarol vice-campeão da Libertadores em 2011 — um ponteiro de pé invertido, como Franck Ribery (destro na esquerda), Arjen Robben e Hulk (canhotos na direita). Quem saiu foi o apagado Anselmo Ramon. Desta vez, porém, Martinuccio foi jogar pela esquerda,  com Souza pela direita e Montillo centralizado, mas com troca constante de posições.

Já no primeiro lance após a substituição é possível ver a zaga do Internacional se confundindo na marcação de Montillo, deixando Diego Renan e Borges sem marcação para cruzar e cabecear para fora, respectivamente. Depois, foram quase 20 minutos de domínio do Cruzeiro, com os ponteiros cruzeirenses amassando os laterais do Internacional em seu próprio campo e tentando confundir a marcação adversária. Muriel e as finalizações ruins impediram uma vitória que certamente viria fosse esta a formação inicial.

É preciso insistir

Não há como negar que o Cruzeiro evoluiu muito com a entrada de Martinuccio e o 4-2-3-1. Foi o melhor momento da equipe na partida, que — tomara — deve ter colocado um ponto de interrogação na cabeça de Celso Roth. O sistema com dois centroavantes não funcionou muito bem. Martinuccio, Souza e Montillo atrás de Borges é a formação mais promissora até agora, principalmente se os meias inverterem a posição: Martinuccio pela direita e Montillo pela esquerda, com Souza ditando o ritmo, acelerando e cadenciando de acordo com a necessidade.

A estreia (!) de Diego Árias também foi animadora. Quando chegou, o colombiano disse ser inspirado por Claude Makelele, volante marcador clássico, dono do espaço à frente da área. Era um forte indicativo de que ele veio para ser primeiro volante. Entretanto, no jogo de ontem, foi escalado como volante-meia pela direita do losango, e foi muito bem, marcando e participando do ataque. Realmente, não está claro porque Árias não teve chances até agora. Aposto em um novo onze inicial para ele contra o Grêmio em Porto Alegre.

Para esta partida, entretanto, a julgar pelo estilo de Roth, ele deve manter o losango. É o sistema que vem sendo usado desde a partida contra o Bahia no Pituaçu, na 16ª rodada, exceção feita ao estranhíssimo 3-4-2-1 contra o Figueirense em Florianópolis na 24ª.

É coerente, sim. Mas não me tira da impressão de que o 4-2-3-1 com os ponteiros argentinos seria a melhor formação para formar a base de 2013.

Cruzeiro 1 x 1 Vasco – Muita calma nessa hora

Ao ler este título, o leitor mais assíduo (se é que existe um) deste blog vai notar que a análise da partida contra o Figueirense no sul não aconteceu por aqui. A intenção era escrever as duas, mas diante da situação, deixarei deliberadamente de fora a mudança brusca do losango para um inexplicável 3-4-1-2 — tão inexplicável que comprometeu até as substituições — armado por Celso Roth naquela partida. E nem existe a desculpa de que Léo estava suspenso: Diego Renan é ou não é lateral?

O 4-3-1-2 losango inicial do Cruzeiro no início da partida: Ceará “baleado”, sendo ajudado por Wallyson e Tinga, e do outro lado, mais uma vez, Everton com muita ofensividade e tendo cobertura de Guerreiro

Isto posto, Roth deve ter se iluminado e voltou ao esquema base que vinha usando, o 4-3-1-2 losango. Desta vez, Fábio teve Ceará na direita — um erro, já que o jogador claramente ainda não tinha condições físicas — Thiago Carvalho e Mateus na zaga e Everton na esquerda, novamente mais apoiando que defendendo. No losango de meio, Guerreiro era o vértice baixo, Tinga o direito, Charles o esquerdo e Montillo o alto. No ataque, Wallyson abria pela direita e WP ficava na referência.

O Vasco armado pelo estreante Marcelo Oliveira jogou no mesmíssimo esquema, o que encaixou a marcação no meio-campo criando duelos interessantes. O gol de Fernando Prass foi defendido pela dupla de zaga Dedé e Renato Silva, flanqueados por Jonas na direita e William Matheus na esquerda. Nilton ficou à frente da zaga, Juninho Pernambucano foi o volante direito e Wendell (aquele mesmo) foi o esquerdo. Carlos Alberto era o responsável por armar o jogo para Éder Luis, trabalhando pelos lados do campo, e Tenório, batendo com os zagueiros.

Duelos por todo o campo

Com a marcação encaixadinha como estava, os duelos faziam a diferença. Em alguns momentos, a dupla de zaga deixou o centro-avante concluir e quase-gols saíram: WP em dois cabeceios, um em cima de Prass e outro em cima de Dedé, e Tenório em uma jogada de profundidade, driblando Fábio mas concluindo bisonhamente. No mais, Dedé foi o senhor da grande área vascaína e engoliu WP, além de ter participações ofensivas com muita qualidade, como no lance do gol bem anulado de Tenório em furada incrível do garoto Lucas Silva, e em cabeceio livre para fora. Mateus e Thiago Carvalho fizeram o jogo razoável e tiveram sorte de não serem responsabilizados pelas chances criadas pelo time adversário, pois se defendiam como podiam.

Nas laterais, a escalação de Ceará foi claramente um erro de avaliação. O jogador não tinha condições e visivelmente mancava, por isso se limitou a defender o lado direito da área cruzeirense. Quase não cruzou a linha do meio-campo. Porém, Wallyson recuava com William e ajudava no combate, se juntando a Tinga. Some-se a isso o fato de que William Matheus também foi um lateral defensivo, e por isso o Cruzeiro foi pouco ameaçado por ali, mesmo quando Éder Luís e Carlos Alberto tentavam alguma coisa.

Lado esquerdo

Do outro lado era que o jogo fluía mais, principalmente quando o Cruzeiro tinha a bola. Mais uma vez, Everton fez um bom jogo ofensivo, explorando sua característica de velocidade e conseguia vencer alguns duelos com Jonas, criando boas jogadas. Foi com ele que saiu o primeiro gol, em tabela com Charles e aparecendo na área para um cruzamento desviado por Renato Silva jogar contra. Na defesa, como o Vasco não possuía jogadores oficialmente abertos pela esquerda, quem explorava o espaço aberto pela subida de Everton era Éder Luis, mas Leandro Guerreiro ia atrás dele e dificultava as coisas. Num desses lances, o juiz apontou uma falta inexistente, e na cobrança, Juninho mandou direto, e Fábio não conseguiu mandar para longe e evitar o rebote de Nilton, sem marcação.

A grande diferença, no entanto, foi no meio-campo. Enquanto Tinga e Wendell fizeram um duelo direto e equilibrado, os outros vértices eram diferentes. Carlos Alberto não apareceu no jogo e não fez muita coisa, e assim como Nilton, teve muita liberdade para se apresentar e ser o primeiro passe, pois os “camisas 10” não marcavam com intensidade. Montillo, mais especificamente, só marca quando o Cruzeiro faz pressão alta, tentando dificultar a saída de bola adversária; assim que a bola é aliviada, ou a marcação pressão cede, o argentino fica à frente com WP e não volta para recompor.

Juninho

O outro duelo do meio-campo é que era o mais interessante. Juninho jogou quase como um box-to-box, voltando para pegar a bola e dar passes profundos, cadenciar e dar ritmo ao Vasco. Charles penou para marcar o veterano volante-meia, que foi muito perigoso e conseguia encaixar passes muito agudos. Para nossa sorte, os alvos dos passes é que desperdiçavam os lances. Além disso, Charles tentou se desvencilhar de Juninho por várias vezes e até conseguia ficar livre em determinados momentos, quando Juninho subia para se juntar ao ataque e o Cruzeiro pegava a defesa vascaína desprevenida em contra-ataque. Mas o volante não tem a mesma qualidade de passe que seu adversário.

Todos esses fatores somados deram a característica do jogo: mais posse de bola do adversário, mesmo jogando fora, com mais trocas de passes e tendo mais volume. O Cruzeiro era mais objetivo, quando tinha a bola partia logo para definição ou então para o chutão para frente, mas os jogadores de meio do Vasco pareciam melhor posicionados nas segundas bolas e sempre o rebote da disputa de cabeça ficava com o Vasco. Foi o pior índice de posse de bola do Cruzeiro até aqui no campeonato. Assim, ambos os times tiveram chances excelentes de marcar no primeiro tempo, mas as finalizações e escolhas de último passe não eram as melhores.

Trocas

A formação só mudou de fato após as três alterações: um 4-2-3-1 com muita amplitude, com Souza e Montillo trocando de posição constantemente e Élber dando mais profundidade pela direita – a formação “ideal”

Celso Roth tirou Ceará do jogo no intervalo e mandou o garoto Lucas Silva fazer a lateral direita, efetivamente queimando uma substituição à toa. O melhor seria ter entrado com o Diego Renan já desde o início, mas o lateral nem sequer foi relacionado para o jogo. Aos 13, Tenório deu lugar a Romário (não é aquele) no Vasco. Os sistemas tático se mantiveram, mas o jogo perdeu ritmo. Em nenhum momento o Cruzeiro parecia dominar a posse de bola, sempre perdendo o meio-campo, mas o Vasco também não era muito ameaçador com a bola nos pés.

Depois, Carlos Alberto deu lugar a John Cley no meio-campo vascaíno. No Cruzeiro, Élber entrou no lugar de Wallyson, novamente sem alterar a plataforma tática, mas deste vez o Cruzeiro teve uma pequena melhora, com menos previsibilidade no ataque. Apesar de o garoto ter tido dificuldades, principalmente contra Dedé, ele conseguiu criar algumas chances pela ponta direita e incomodar.

A formação cruzeirense só iria mudar mesmo quando Souza entrou no lugar de Charles, e talvez até por acaso, ficou numa formação que considero ideal: um 4-2-3-1 com muita amplitude e ofensividade, com um passador no meio: Souza. O Cruzeiro apertou no fim e foi em busca do gol, mas parou em defesas de Prass e nas próprias escolhas de último passe, e teve que se contentar com o empate.

Destino de Roth

Muita gente apostava em queda de Roth se a vitória não viesse. De fato, isso aconteceria se o Cruzeiro não tivesse reagido e mostrado um mínimo de padrão tático e encaixe de marcação, o que aconteceu na partida de hoje, que esteve longe de ser uma das piores do ano. Há muito o que consertar, tecnicamente inclusive. Porém, no jogo de hoje, o treinador mostrou sim que fez alguma coisa nestes quatro meses à frente do Cruzeiro, mesmo considerando sua falta de capacidade em mudar a partida na Ilha do Retiro há duas rodadas, seu 3-4-1-2 maluco com Souza de ala direito do desastre no Orlando Scarpelli, e o erro de planejamento ao escalar Ceará precipitadamente hoje.

A formação do fim da partida, entretanto, me deu esperanças de que o Cruzeiro pode sim ter uma plataforma tática ofensiva, digna das tradições celestes. Este blogueiro deu uma leve pincelada sobre isso na análise contra o Náutico: escalar Souza como meia central desde o início, deslocando Montillo para a posição de ponteiro pode ser um excelente movimento — Wallyson/Élber, Souza e Montillo atrás de WP ou Borges, por exemplo. A combinação Montillo/Everton seria bombástica, assim como Ceará dando suporte a Wallyson ou Élber. Isso, é claro, após a volta 100% do lateral direito. Voltarei a isso em outro post.

Guerreiro e Éverton não estarão à disposição para o dificílimo jogo contra o São Paulo, no Morumbi, no fim de semana que vem. Sandro Silva é o substituto natural de Guerreiro, mas suprir a ausência do jogador que tem sido nossa melhor alternativa ofensiva — suplantando inclusive Montillo — é outra história. Diego Renan, que tem outra característica, deve entrar em seu lugar, com Leo voltando à lateral direita. Afinal, é melhor um zagueiro 100% do que um lateral-direito baleado.

Celso Roth ganhou mais uma chance. Mais por causa da produção da equipe, como equipe, do que pelo resultado. Normalmente as duas coisas andam juntas, mas é a primeira que sustenta um treinador, e é por isso que ele ainda será o técnico contra o São Paulo.